não reajo mais, não surto, não me indigno
é só esse estado quase frio
ausente e morno
e o que ardia separou-se de mim
como o leite talhado e o soro
como a densidade e o aguado
a guerra se aproxima e eu encolho os ombros
a guerreira abandonou as armas e está em paz
não estou cansada e nem me sinto ferida
não me arrependo e o baldio sentido
dessa latência que não é minha boia
enquanto o frenesi é intenso lá fora
a emergência angustiada do nada
para o além do nada sem sentido
sem forma definida já não me afeta
tenho ou não tenho culpa de apenas assistir
inerte e sem ação alguma
a urgência não é minha?
Nenhum comentário:
Postar um comentário