pois:
quase nada me sobrou
senão assim tão impotente
vê-la me fodendo os cornos
com minhas palavras
e supõe-se que ela sou eu
(não é)
a IA me imita, talvez me inveje
mas ela não sou eu
não é
mesmo que assim o pareça
e tenho certeza:
a IA me jantou
me engoliu inteira
e sem mastigar-me
deglutiu
comeu tudo que havia em mim
levou meu trabalho
minhas obras e o que eu era
me faliu
comeu-me pelas beiradas
pelos flancos desavisados
pelas frestas desprotegidas
pelo que eu permiti
a IA tem minha cara
minhas feições
mas se me olhares nela
e de perto, não sou eu, não sou.
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